Museu do Estado de Pernambuco – Homenageia os 80 anos do Mapa Etnolinguístico de Curt Nimuendajú em Nova Exposição
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Museu do Estado de Pernambuco se prepara para celebrar os 80 anos do Mapa Etnolinguístico do etnólogo Curt Nimuendajú (1883-1945) do acervo da Coleção Etnográfica Carlos Estevão de Oliveira referência internacional para fontes bibliográfica sobre a ocupação dos povos indígenas no Brasil. Este mapa foi confeccionado por Nimuendajú no ano de 1936. A diretora do Museu do Estado de Pernambuco, Margot Monteiro, disse que a próxima exposição permanente que o Museu está preparando para ser inaugurada ainda este ano deve dar um lugar privilegiado para o Mapa de Curt Nimuendajú.
O mapa mede 1,80 x 2,10 cm, contem anotações feitas a mão numa caligrafia singular em cores identificando mais de 40 famílias linguísticas e uma identificação dos etnônimos indicando lugares atuais e sítios abandonados dos povos indígenas existentes e extintos, com uma possível datação de cerca de 1.400 povos; indicado por setas apontando a movimentação desses índios. O mapa também assinala a importante rede hidrográfica das unidades politicas administrativas (da época) onde se localizam os grupos indígenas.
Os curadores da nova exposição permanente Raul Lody e Renato Athias, a pedido da Diretora do Museu do Estado de Pernambuco, a Arquiteta Margot Monteiro, reuniram-se com a equipe técnica do Museu coordenado por Rinaldo Carvalho e Tania Borges para decidir sobre o lugar e maneira como será exposto essa obra que completa 80 anos. Após um exaustivo exame do estado de conservação do Mapa decidiu-se que o Mapa será exposto em um suporte especial, por um curto período e depois substituído por uma copia fac-simile. O público precisa ver essa obra magnífica de Curt Nimuendajú, que foi o parceiro de muitos anos de Carlos Estevão de Oliveira.
"0 ser que cria ou faz seu próprio lar" é o significado em língua guarani do nome Nimuendajú, que o alemão de nascimento Curt Unkel adotou, por ter sido introduzido entre os Apapokuva-Guarani de São Paulo, onde viveu e onde aprendeu a falar o Guarani em 1905, início da sua carreira cientifica no Brasil.
“Este mapa, de acordo com o etnólogo Renato Athias, Curador da Coleção Carlos Estevão de Oliveira, representa a obra de síntese de Curt Nimuendajú e o mapa etno-histórico e linguístico é um legado importante que reune todo o conhecimento etnológico disponível, com respeito a localização, filiação linguística e os movimentos migratórios dos índios no Brasil. Para elaborá-lo, Nimuendajú reuniu dados de 973 fontes bibliográficas, informações pessoais de pesquisadores e indigenistas. Este mapa do acervo do Museu do Estado de Pernambuco, que está completando 80 anos, serviu de base para a elaboração de outros três mapas pelo próprio Nimuendajú. Aquele que se encontra no Museu Paraense Emílio Goëldi, o outro que está na Smithsonian Institution, Washington, nos Estados Unidos, que foi publicado (1940) no Handbook of South American Indians, sem as notações em cores; o terceiro confeccionado a pedido da diretora então Museu Nacional do Rio de Janeiro, Heloisa Alberto Torres, em 1944, que serviu de base para a publicação, em 1982 do IBGE também sem usar a cores”.
De acordo com Museólogo Raul Lody o mapa vai dar ao publico uma visão global da problemática e do drama indígena, conferindo assim a profundidade histórica e largueza geográfica a essa problemática que a exposição procura mostrar.(Novembro de 2018).
Baixar o Mapa Etnolinguístico de Curt Nimuendajú que se encontra no Museu do Estado de Pernambuco, em sua versão de 1936 acesse esse link clicando aqui.
Baixar o mapa de Curt Nimuendajú digitalizado pelo Museu Goëldi, por favor clique aqui esse que se encontra reduzido abaixo.
Clique a aqui para baixar o Mapa Etnolinguístico de Curt Nimuendajú que estava no Museu Nacional e que serviu da base para a publicação do IBGE de 1987
Renato Athias 17 de Agosto de 2017